16 setembro 2010

Comer em Casa



Uma refeição na tranquilidade do lar, sempre é bem vindo. Não importa, se você está bem vestido. Não importa se sua maquiagem ou barba está correto. Não importa, se você fala alto ou baixo. Não importa, se você segura os talheres de forma britânica. O mais importante, é a comida. Um prato que a nossa mãe faz, é sempre inesquecível. Com doçura, com coração, dedicação e sempre se preocupando com a pessoa que vai comer. Quer ao ponto? Quer bem passado? Quer a gema do ovo frito, mais duro ou mole? No Japão, existe o termo “OFUKURO NO AJI”, que trata do “Gosto da Mamãe”, ou algo parecido com a “Comidinha da Vovó”. Esse conjunto todo, faz com que qualquer um que sinta esse prazer na hora de uma refeição, “restaurar”. É daqui que vem a palavra “Restaurante”.


Embora, esse blog aborde casas japonesas, vou contar uma bela experiência que tive.


Fui almoçar esses dias com um grande amigo, para falar de negócios e claro pela sua companhia, no Restaurante Sinhá. Casa especializada na comida brasileira, mas no estilo caseiro. Ao entrar, vi um mar de clientes que ocupavam quase todas as mesas. O curioso, é que conforme você anda pelo amplo salão, os próprios ocupantes das mesas, nos cumprimentavam. Uns mais discretos, outros um “Boa tarde”. Dava a impressão de chegar ao almoço de uma mega família!! Já gostei. Sinal de que muitos estavam adorando a comida e o lugar. Conseguimos nos acomodar e de imediato, já fomos recebidos pelo proprietário da casa, o Julio Bernardo que orquestra toda a equipe e a comida, de forma harmoniosa e perfeita. Conversamos um pouco, porque não queríamos atrapalhar o serviço dele, e fomos ao parque de delícias. Travessas e travessas de delícias a um preço fixo. É “coma o que puder”. Eu como um bom entendedor de comida japonesa, estava adorando tudo. Praticamente peguei um pouco de cada, até itens que eu não gostava muito, como a abobrinha.


Cada garfada que eu dava, era uma boa sensação de estar acolhido, não em gestos e palavras. Mas em sabor. Uma leveza no ombro, por conta do estresse do dia-a-dia, uma comodidade de estar em casa. E eu que não tinha bebido cerveja, faz 3 meses, tomei duas garrafas. Vou te dizer que esse é grande UMAMI, quando tudo está em harmonia. Boa comida, bom atendimento, bom serviço e boa companhia. Não havia nenhum exagero, nem bom, nem ruim. Tudo na medida certa. E ainda o valor que dava até para duvidar se estava correto, de tão baixo em comparação a outras casas da região. Isso também prova que:



“Nem tudo que é barato é ruim, nem tudo que é caro é bom”



Não há a necessidade de agregar a grife. Não precisa incluir a assinatura do Chef de cozinha. Não precisa incluir o caríssimo quadro, ou sofás costurados na Itália. A única coisa que deve constar na comanda, é a comida e a bebida. Só isso!! E o Sinhá, prova que isso é possível.

E você? Quer comer num restaurante, ou apreciar a paisagem?



Serviço


RESTAURANTE SINHÁ

Rua Antônio Bicudo, 25 - Pinheiros

Tel.: (0xx11) 3083-6849

Funcionamento: Seg à Sex - 11:30~15:00

Sáb, Dom, Fer - 12:00~17:00

Cartões: Todos



12 setembro 2010

Quem se destaca, APANHA!


“Quem se destaca, ganha tudo em dobro!! As ruins também”



Essa frase foi dita para mim, por um executivo de sucesso (claro que não posso dizer quem é) no início de todo o meu estudo sobre saquês e shochus, a 6 anos atrás. Sempre que você pensa em inovar, vem o receio.


“Será que ninguém teve a idéia que eu tive, ou já pensaram e viram que não deu certo?”


Isso vamos descobrir, quando dermos o primeiro passo. “É melhor de arrepender fazendo, que não fazendo”.


Mesmo que o assunto de hoje, não pertença a gastronomia, gostaria de homenagear uma pessoa que é um exemplo de dedicação profissional. E que esse relato possa servir como base para muitos outros profissionais, pois com vontade podemos fazer qualquer coisa!!


O advogado e professor ALEXANDRE MAZZA, que aos 35 anos desenvolveu um jeito muito divertido de ensinar os alunos para o curso preparatório para o Exame da OAB. Possui o site www.sitedomazza.com.br que reúne, materiais para todos o tipos de exames e concursos, simulados, charges (o meu preferido) e as músicas, um sucesso entre os milhares de alunos cadastrados gratuitamente no site. E além disso, a produção de CDs que já somam 28 discos. Também faz revisões pelo site de relacionamentos como o Facebook e o Twitter, colecionando seguidores de todo Brasil e até do exterior. Tudo isso de forma clara, instrutiva e o principal, DIVERTIDA.


Doutor, pai e marido exemplar, que às vezes deixa de curtir o lazer da família, para se dedicar aos alunos, em muitas vezes, tarde da noite. Tive a oportunidade de acompanhar alguma de suas aulas e dá pra constatar nitidamente, a empolgação de suas turmas. No Japão também já é comum, cursos e matérias complexas como o Direito, transmitidos em formas de desenho animado, mangás e charges. Mas nada disso adianta, sem orientação de um professor. Os alunos de lá, mesmo aprendendo de forma descontraída, acabam deduzindo pontos que podem mudar muito, o resultado de um exame.


Agora eu pergunto. Se uma pessoa que se destaca, se dedica por causas mais nobres que comerciais, que sacrifica até o bem estar da família para os outros, pode merecer coisa ruim? E ainda em dobro? Michael Jackson, se dedicou às crianças, moveu o mundo para salvar as crianças de África, e foi taxado como pedófilo. Bill Gates, que doa parte da sua fortuna para instituições de caridade no mundo todo, é chamado de ladrão.

A fábula da “Formiga e a Cigarra” não foi contada à toa. Quem se dedica, se dá bem!! É fato!




05 setembro 2010

Se o Saquê falasse...


Basicamente, o preparo do saquê consiste em polir os grãos de arroz, lavar, cozinhar, resfriar, secar, fermentar, maturar e engarrafar. Mas em certas circunstâncias, não parece a nossa vida. Temos uma casca que podemos chamar de inocência. Conforme vai avançando o estágio da vida, vamos polindo arestas, suportamos pressão, o calor das emoções, a frieza da sociedade, a secura do mercado, entre outras coisas. Mas isso tudo, precisamos para enfim concluirmos a a base da nossa formação, para iniciarmos a fermentação.

Com a nossa bagagem de conhecimento acadêmico, partimos para a grande batalha de caminho sem volta. Não vai depender muito de nós e sim dos tanques de fermentação. Tudo pode acontecer. Pode ser uma tarefa acelerada ou demorada. Mas sempre tem uma pessoa olhando por nós, seja a família, seja os amigos, seja Deus. Sempre tem um responsável que irá harmonizar as nossas vidas, com a sua enorme pá, misturando desafios, alegrias e tristezas.


Nessa etapa da vida, o nosso modo de vida pode estar doce, pesada, aguada ou ácida. Tudo vai depender de como o nosso “produtor” vai entender. De acordo com “ele”, que vamos ver se passamos para a outra parte da vida. Se “ele” achar que é a hora vamos ser filtrados e separar a parte boa, da parte nociva. É quando criamos o juízo, ou casar.


Nos juntamos em um tanque bem maior, para conhecermos outros “saquês” e maturarmos por um longo tempo!! Lentamente, com paciência, vamos avançando a vida de forma harmoniosa, equilibrada, doce, porém alcoólica., pois nem tudo na vida é doce, hehehehe.


Por fim, e fim mesmo, somos engarrafados. No nosso caso, somos “engarrafados” e enterrados debaixo da terra. Os saquê vão cumprir mais uma parte da vida, de proporcionar todo conhecimento da vida deles para o ser humano.


Por isso, tenho um profundo respeito pelos saquês ou para qualquer outra bebida. Aliás só tenho a agradecer a todos os ingredientes. Afinal, o meu trabalho, depende da vida deles, seja comida ou bebida. Doaram as suas vidas para nos alimentar e trabalhar.


Não vamos desperdiçar, não só por causa financeira. Não só por causas ecológicas. Não só por questão religiosa. Devemos agradecer sim, antes de comer ou beber. Tenha respeito por outra vida.


Se o Saquê falasse, “Nós cumprimos a nossa missão”. Você não apreciaria com todo respeito?