20 setembro 2008

Royal Wassabi Martini



A primeira vez que fui jantar no Buddha Bar, que fica no anexo da Villa Daslu (Av. Chedid Jafet, 131 - Vila Olímpia www.buddhabarsp.com.br), fiz o meu pit stop no bar, claro me desculpando por dispensar a agradável escolta da hostess que me conduzia à minha mesa. Fui com meus amigos e nos sentamos quando Marcelo Serrano, hoje o Bar Manager do Buddha Bar, nos recebeu como uma espécie de dealer. Com os braços apoiados no balcão escuro de madeira, observava nós 3 em uma fração de segundos e pronto para saber o que queríamos. Porém ao invés de oferecer a carta de drinks, carta de vinho ou a carta de saquês, ele simplesmente começou a conversar conosco. Na verdade ele estava analisando as cartas, conforme falávamos o que fazemos, onde trabalhamos, o que comemos, etc. Claro que fomos espontâneos o suficiente para que Marcelo detectasse as nossas preferências, sem parecer um interrogatório. Do nada, ele pede licença e joga as cartas no balcão. "Para você, eu vou fazer Tequila, Cointreau, Cranberry e Abacaxi (Nirvana)" disse ao Gilberto. "Para você vou fazer um drink com Vodka, Cacau e Café (Bodhi Gaya)", para a Marcia. "Bom, para você vou fazer um comtraços nippônicos colocando Wassabi, Sake e Limão (Wassabi Maritini)", para mim. Usando os dois lados do cérebro, com muita maestria, preparava dois drinks simultaneamente. Só o meu, que Marcelo teve de preparar a massa de wassabi, começando pelo pó, adicionando água até fica uma massinha. Enchia cubos de gelo na taça de martini enquanto colocava a massa da raiz forte, saquê e limão na coqueteleira. Como nos filmes, leva o recipiente acima de seu ombro direito e mistura com uma força e ângulo calculado. Pega uma mini peneira e despeja na taça, já sem o gelo. Coloca um twist de limão na borda e me serve.


O cítrico do limão mescla com o ardor da raiz, deixando o aroma bem leve e redondo. Ao tomar o primeiro gole, fiquei na expectativa de aguardar o wassabi. Mas não. O sabor da raiz é bem presente e a acidez fica no segundo plano. Fiquei ali quase me meditando tentando achar o porque de não sentir o ardido verde. Foi quando Marcelo disse "O saquê segura o ardor do wassabi sacrificando o doce do arroz". Quase que eu disse "mas eu não disse nada". Mas tudo bem. Aí ficou aquela ciranda de taças um querendo experimentar o do outro.


Sabe uma coisa que descobri (na hora)? Que o Wassabi Martini, tem 3 etapas de prazer, claro para quem gosta da raiz forte. Cada gole que eu tomava, conversava com os meus amigos e já a essa altura, conhecendo todos do bar. E o legal do drink que a finalização é perfeita. Não deixa gosto pendente e logo vai para o próximo gole. Quando cheguei na metade, começava a beliscar a língua. Mais um pouquinho de conversa e no último gole, uma lágrima correu o meu rosto. Nossa, estava bem forte, que podia pedir um "Shoyu Martini com Atum" hahahahahahaha.

Depois de apagar o incêndio, Marcelo me explicou que a pasta de wassabi logo depois que serve na taça, está homogênea e espalhado. Porém conforme o tempo a pasta vai descendo para o fundo do recipiente. Por isso a sensação. Talvez se eu tivesse tomado em dois tempos, não ia arder tanto.


Mas vale aqui a minha dica, para quem é apaixonado por wassabi é uma ótima opção de aperitivo. Para quem acha forte, quem sabe o Marcelo não adivinha e coloca um pouco mais de saquê ou põem 3 gotas de xarope de açúcar.


O Marcelo Serrano, já comandou outros bares como o East e hoje fica a frente do Buddha Bar. O WASSABI MARTINI leva a sua assinatura e um dos drinks mais consumidos na casa. Já morou nas maiorias da capitais européias adquirindo experiência e conhecimento do mundo da coquetelaria.