08 julho 2012

Curtas Histórias 1


O “Alhos e Passas” (não sei o nome dele) do blog Alhos, Passas & Maçã http://alhosepassas.wordpress.com/ me deu a idéia de fazer uma seleção de curtas histórias sobre o que acontecem aqui na Adega de Sake. Para quem não acompanha o meu twitter (@OAdegaDeSake), pode estranhar e até achar que é inventada. Mas muitos presenciaram cenas,que são engraçadas contando agora, mas na hora era de arrancar os meus cabelos. Então vamos ler algumas.
Posso comer aqui?

Na Adega de Sake, nossos principais produtos são os Sakes e Shochus, mas fazemos alguns pratos e disponibilizamos no balcão, já que éramos um bentoyá (marmitas japonesas). 
Eis que entra um rapaz estampando uma cara de estudante e com a sua mochila, olha os sakes, shochus, alguns pratos de sushis e repara nas duas mesas que oferecemos para o clientes. Daí ele:

- Ah, pode comer aqui?”
- Pode sim. - Respondo

Ele se acomoda em uma das mesas, coloca na outra a sua mochila e de dentro, tira um saquinho com uma coxinha fria, um suco de frutas de caixinha e se delicia apreciando as várias garrafas coloridas da loja.
Então, né?

Tem cocô?

Essa é uma das histórias que contando agora é engraçado, mas na hora quis morrer, graças ao meu filho que tinha 3 anos na época, me fez passar por uma situação tão constrangedora que fiquei da cor do Shochu Kaido.
Na noite anterior depois do jantar em casa, ao ver meu filho de 3 brincando com seu irmão de 7, reparei na enorme barriga. Daí disse:

- Nossa que barrigão!!! Deve ter um monte de cocô aí dentro. Vamos lá ao banheiro. - e levei. Essa idade, nós como pais temos que antever as coisas, senão do nada quer ir ao banheiro.

No dia seguinte, aqui na Adega de Sake, meu filhote voltou da escola e viu um casal de senhores de idade expondo um abdômem generoso. E ele chegou bem de perto e acariciando a barriga do senhor, olhou para cima e com a cara séria:

- Tem cocô?

Senti o piso da loja desmoronar debaixo dos meus pés. Aliás era exatamente isso que desejei, para me esconder. Mas o simpático casal caiu na gargalhada e adorou o comentário, visto que eles tem 7 netinhos. 
Desconfiança

A coisa mais triste para um vendedor é não se confiado. Isso quando uma senhora entrou na loja  perguntando se eu vendia shoyu, o molho de soja. Disse que não, daí:

- Aquela garrafa lá escura. Não é shoyu???
- É sake senhora.
- Mas daquele tamanho? Deve ter uns 5 litros!
- É uma garrafa de 1800ml de sakes. Bastante comum.

A melhor parte:

- MAS TEM CERTEZA QUE NÃO É SHOYU?
Senhora, sou consultor de sake. Não poderia confundir uma coisa dessa.

E mesmo assim, ela pegou a garrafa para ver. E como a garrafa é escura não soube diferenciar.
Roupa de Ninja

Mas o melhor (ou pior) de todos foi quando já estávamos fechando a loja, entra um rapaz e:

- Vocês vendem roupas de ninja?
- Senhor?
- Roupas de Ninja.

Normalmente para não criar um certo atrito, logo respondo que não é pronto. Mas é cada pergunta que vem e resolvi prosseguir um pouco.

- Não senhor. Mas queria saber, o que te fez perguntar se vende roupas de ninja, já que na entrada está escrito Adega de Sake?
- Achava que nas lojas da Liberdade vendiam.

Respondi que não educadamente, embora a minha vontade era outra. 

Lógico que tem várias outras histórias ainda mais absurdas, como também tive momentos de muita emoção e reflexão que contarei no próximo post.
Lembrando que diferente da linguagem do twitter e do facebook (que eu falo palavrão pra kct), todos os clientes são tratados de forma digna, com muito respeito e educação, apesar querer dar na cara!!