29 novembro 2010

Cadê a Comida da Mamãe?


Me dá água na boca, só de pensar nas generosas sobrecoxas de frango, frito e depois mergulhado no molho, uma solução de shoyu, óleo de gergelim, gengibre, sal, uma pitada de açúcar, cebolinha e gergelim branco!! Era arroz que não acabava mais, de tanto que eu comia. Mesmo depois de grandinho, esse frango caia tão bem com litros e litros de cerveja, e o melhor, é muito fácil de fazer.


Agora quando ficava com febre e faltava na escola, criança já não tem fome. Se forçasse goela abaixo, era pior. Daí vinha aquele pudim de pão, cheio de proteína que caia tão bem. Doce, não precisa mastigar e geladinho. E também batatinhas fritas, já que qualquer criança come, mesmo sem fome.


Agora porque estou escrevendo isso? Ando observando as minhas clientes e claro, fico feliz quando elas compram bastante coisa dizendo: “Nossa, o meu filho adora esse sushi. E as sardinhas secas, uma delícia!” Comercialmente falando, muitos estabelecimentos como rotisserias, restaurantes, bares, lanchonetes e padarias, adoram essa “falta de tempo” das donas de casas e mães. Ou até da preguiça de cozinhar. Uma em cada 5 moças que eu conheço, não sabe nem passar um café. Conseguir fritar um ovo, é uma tremenda conquista. Essa postura, não é só observada no Brasil, mas em muitos países. No Japão, em muitos lares, nem sequer tem fogão. Apenas um micro-ondas para esquentar a comida comprada. Verduras e legumes já lavados e cortados, frutas descascados e sem semente, pratos prontos com embalagens que imitam cerâmica. Ou seja, nem se dá o trabalho de “transferir” a comida nos pratos da casa. Enfia na máquina para esquentar e depois coloca na mesa. Os hashis já acompanham na embalagem.


Lógico que, muitas mães trabalham. Conquistaram posições antes do domínio masculino. Ou aquelas que querem manter o corpo em forma e frequentam academia. Ou aquelas que desejam estar na moda e gastam o tempo em compras, sair com as amigas para colocar o papo em dia. Não condeno nenhuma das partes.


Acho muito triste que uma mamãe de hoje não possa fazer “aquela” comidinha gostosa que alegra os filhos. Ou os filho, não ter a lembrança da comida da mãe. Os netos então...


Sei que é um trabalho que enche. Mal você acabou de tomar o café, já pensa no almoço. Mal comeu e pensa na janta. E o que sobrar na janta, pensa como transformar no almoço do dia seguinte. Vivemos numa época, onde “compramos” comida caseira dos outros.


Por isso, nunca é tarde para aprender. Ainda mais, não há a necessidade de grossas enciclopédias. Não tem que fazer pratos sofisticados. Um bolo, uma comida simples, mas para que se torne, uma grande identidade da mamãe com os filhos.


Apesar de ter perdido a minha mãe, lembro direitinho até do cheirinho que vinha da cozinha, conforme escrevi no início.


Então mamãe. Pode ser uma coisinha. Mas que seus filho te lembrem, mesmo que um dia partir dessa vida.


Pense nisso.