15 maio 2012

SLOW DRINK




Muitos conhecem apenas um lado da moeda, quando se trata de bebida alcoólica. O ruim. Pessoas embriagadas dirigindo, agredindo e a coisa evolui e acaba cometendo homicídio. seja doloso ou culposo. O estrago é o mesmo.
Isso no mundo todo e desde tempos remotos. Em muitos países, no passado e nos dias de hoje, aplicam a Lei Seca. Mas como proibir um vício? Sabemos que qualquer coisa que proibimos, vão achar um jeito de consumir, o que aconteceu na década de 20 nos EUA. Proibiu, a máfia aproveitou e a coisa simplesmente piorou mais do que já estava. 
E jovens que começam a beber sem saber o que é. Não sabem apreciar a bebida. Apenas manter a pose e status. As pessoas dão mais crédito para aquelas que bebem. Se acham os bons, as maduras e tal. Mas é uma ilusão bastante errônea, que os responsáveis pelos filhos, não orientaram. Simplesmente proibem. E sabe que se proibir um jovem, aí que ele corre atrás. Então por que não educamos? 
Lembro que meus pais, diziam quando o assunto era bebida, fumo, drogas e sexo. Me passaram todo o perfil de cada um. O prazer e a consequência. E que na minha maioridade seria livre para escolher. Se eu ansiava em saber antes, falavam para ter um pouco mais de paciência, mas jamais me proibiram, exceto as drogas que não tem mais volta.
Quando completei 18 anos, não tive muita vontade pegar o carro e nem fazer uma expedição em cinemas para adultos na Rua Aurora, na Praça da República. Meu desejo acalmou. Ou seja, quando somos jovens é apenas impulso e não por gostar disso. E a sociedade nos empurra sem qualquer cuidado. Campanha, marketing e propaganda, não basta apenas vender. É ensinar a consumir para consumir sempre.
Do que adianta, vender agora, e não conseguir amanhã? Se as pessoas aprenderem a apreciar, saborear e curtir, pode não vender kilolitros hoje. Mas será vendido eternamente.
Para isso, fica aqui a minha sugestão do SLOW DRINK. Coisa que eu percebi vendendo sake, ensinando, transmitindo todo o conhecimento sobre a bebida com muito mais tempo e paciência. Antes as pessoas conheciam sake pela sakerinha. Quando ensinado de forma correta, esses mesmos consumidores repudiavam o drink. Não condeno o coquetel, mas que antes saibam como é feito, quais técnicas, como é preparado, para depois consumir do jeito que desejar.
Uma coisa é certa. Hoje temos vários cursos sobre várias bebidas. Mas será que oferecemos informações suficientes? Informação para os leigos que não conhecem muito a bebida? Dá a impressão, de que você tem que estudar antes para fazer um curso, senão as pessoas em volta, vão te olhar como estranho. E eu que não sei escolher um vinho? Não sei tomar uísque corretamente. Não sei como se compra um conhaque. E assim vai.
Assim como uma fermentação lenta que proporciona uma belíssima bebida, por que não usarmos essa técnica para também ensinar o público? Ensinar os jovens como se deve beber? As suas consequências. Seus riscos e seus prazeres, se consumido adequadamente.
Eu acho que vale muito a pena. Que percamos o rítmo agora, para manter o mesmo por muito anos. Quem sabe acabemos de médio à longo prazo, o consumo excessivo e descontrolado, em consequência os acidentes de trânsito e a violência.
Não adianta baixar uma lei proibindo tudo, multando o comerciante ou restaurante!! Vamos educar. Muitos querem informação mas tem vergonha de perguntar. Qual é o jovem que chega para o amigo e: “Pô, eu não sei tomar uma cerveja. Você me ensina?” Seria um mico muito grande.
O que vocês acham? Estão educando os seus filhos ou proibindo sem mais nem menos? E não adianta ensinar do seu jeito. É ensinar do jeito que os jovens entendam.